Café Alexandrino - O lado aromático da vida

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Tudo aquilo que (nunca) foi dito

Essa noite te encontrei. Você não estava linda e maravilhosa como tinha na lembrança que era, mas era você e tinha aquelo brilho no olhar e as perninhas curtas apressadas que costumava ter. Que saudade! Nunca admiti pra mim que pudesse sentir tanto sua falta, boneca.

Tivemos pouquíssimo tempo, mais exatamente "tLinta segundos" como você mesma disse.

Princesa, as estações mudam. Hoje és verão e eu inverno. Não fazemos parte um do outro, mas não resisto ao pensamento de que mesmo tão distantes e opostos, não serias capaz de viver sem mim assim como eu sem ti. Isso me acalenta, me aquece e derrete os entulhos de gelo que pelas circunstâncias acabaram se acumulando no meu coração.

Hoje, boneca, minha única pretensão é que sejas feliz, completa, plena. Disfrute de que cada raio de sol que toca seu rosto e ouça o canto dos pássaros, pois a vida é feita disto. 

E quando a saudade bater, boneca, recorde tudo aquilo que (nunca) foi dito e lembre que certos tipos de amor jamais acabam.

Rana Lira

Ao som de 'Your body is a wonderland' - John Mayer
Degustando Água Perrier


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A César, o que é de César; a nós, o que nos cabe

"Posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o seu total direito de dizê-las", foi dito no Iluminismo. Isso se assemelha ao que se idealiza a democracia: respeitar as opiniões, dizeres e decisões alheias, mesmo que divirjam completamente das minhas. 

Sempre fui avesso ao fanatismo, comunismo, socialismo, assistencialismo e banditismo - a evolução natural de uma ideologia. 

Mas, como liberal, por mais que me doa, me constranja, e eu me sinta impotente e com gosto amargo na língua, aceito a decisão da maioria da população que optou por se posicionar. Entendo que isto é o princípio básico da democracia.

Por isso torço para que Dilma Rousseff desempenhe um bom governo e consiga modificar positivamente o cenário brasileiro. 

Gostaria, no entanto, que as dicotomias segregativas dos últimos anos dos governos Lula e Dilma não fossem pilares de projetos, bandeiras, e práticas discriminatórias irritantes. Que essa jocosidade aberrante em dividir categoricamente os Seres Humanos em cores, gêneros, religiões e princípios filosóficos seja abandonada. Isto apenas distancia os semelhantes e fomenta o ódio.

Que nós brasileiros, indivíduos(individuais!), humanos, com pensamentos próprios e livres também assumamos uma postura pró-ativa, não demagoga e modifiquemos o meio, o micro-espaço em que vivemos, o micro-país que construímos onde quer que estejamos, sendo observados por outrem ou não. Sejamos coerentes, enfim. 

Convido-os a não praticarem no dia-a-dia o que condenam, o que reclamam, e o que reinvidicam. Jogar lixo no chão é errado e não tem a ver com sustentabilidade. Sonegar é errado. Furar fila é errado. Fazer ligações de TV à cabo clandestinas é errado. Furar sinal, não parar nas faixas de pedestre, subornar policiais, tudo isso é errado. Desperdiçar água é errado. O "jeitinho brasileiro" é bem adaptável, admito, mas não é bonito, e muito menos características de seres evoluídos.

Coerência, meus irmãos brasileiros, é uma virtude. Tentemos adquiri-la, preservá-la, vivê-la. Mais do que ser difícil ter coerência é torná-la um hábito evolutivo a ponto replicá-la no DNA.

Que O Grande Arquiteto do Universo nos ilumine e nos dê força na caminhada. E que esta valha a pena cada suspiro, cada gota de suor, cada aprendizado, e cada lágrima que poderá existir.

Um fraterno abraço a todo e qualquer irmão-humano que quer um Brasil diferente e melhor, e que aspira fazer a sua parte completamente sem negligência e com sabedoria.


Ismael Alexandrino


Ao som da chuva na copa das árvores
Degustando água sem gás

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Nem Dilma, nem Marina

Só para deixar claro: Dilma nem morto; Marina, a farsa, nem morto. 

Qualquer coisa que se assemelhe, se aproxime, ou defenda medidas sócio-comunistas eu sou completamente avesso. Sou um INDIVÍDUO, humano, e não abro mão de exercer a minha individualidade em prol de um utópico "social". 

Somos a mesma raça (humana), com cores diferentes, com capacidades diferentes e individuais, visões de mundo diferentes, vontades diferentes, oportunidades diferentes. Pode existir equidade, igualdade nunca existirá. 

Somos seres semelhantes, jamais iguais. E pensar assim não me faz menos humano e nem me faz querer sobrepujar ninguém, ao contrário, ser Humano está justamente em entender as diferenças que existem e tratar cada qual da melhor forma possível extraindo o máximo possível de cada um, respeitando as diferenças e vicissitudes no dia-a-dia, sem ter que, necessariamente levantar esta ou aquela bandeira. 

O segredo de melhorar o que está na nossa frente não é ideológico ou faccionista, mas sim consciência de quem é e do que pode fazer cotidianamente, dia após dia, seja no trabalho, na rua, numa fila, em família, na companhia dos amigos. 

Consciência de si, vontade de fazer o bem, persuasão positiva, coerência, gentileza: tudo isso num indivíduo torna-o uma força motriz em prol do bem, torna-o produtivo.


Quem não prima por isso, seja no cenário político, seja cotidianamente, defendendo tão somente ideologias e idéias por idéias, não tem a minha admiração e nem o meu apreço. Antes de esbravejar e locupletar, aja, modifique o meio; depois a gente conversa.

Ismael Alexandrino

Ao som de grilos e rãs
Degustando Arroz Doce