Café Alexandrino - O lado aromático da vida

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Pieguismo meu



Aô saudade do pai, da mãe, irmãos e amigos. 

Dos cães, das lambidas, dos afagos, inconveniências, e do destemor de nos livrar dos perigos. 

Do Rancho, da terra batida, da roça de milho, mandioca, abóboras e feijão.

Do canto do jaó no fim da tarde, dos bem-te-vis e sabiás logo de manhã nos pés de seriguela, acerola, jabuticaba e manga. 

Da viola batida do papai, dos sorrisos alegres da mamãe. E dos vários dedos de prosa que precedem o silêncio, do cheiro do milho assado na brasa da lenha daquele fogão.

Daquele vale, do orvalho cheiroso, da lua e da poeira da estrada. E do pé de Jatobá - discreto e paciente - me esperando no portão.

Das galinhas poedeiras, do belo galo de pescoço dourado, e até dos gaviões caçadores. 

Das visitas dos quatis comedores de jaca. E também das capivaras, que nunca as vejo. 

Do cheiro de pequis caídos no chão no início de dezembro, e dos ipês amarelos florescidos sei lá quando.

Da mina d'água fresquinha e monotônica, rodeada de babaçu. E até mesmo dos buracos de tatu.

Do céu azul e sem nuvens, e dos tons alaranjados do arrebol.

Da fala mansa, da gente minha, e da riqueza de simplicidade.

Saudade assim....de todo o resto de mim!

Ismael Alexandrino
Paris, inverno de 2013.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O check-in e o xixi

"O 'check-in' do facebook é para o homem moderno o que o xixi é para o cachorro: marcação de território, pura e simplesmente."


(Ismael Alexandrino)