Café Alexandrino - O lado aromático da vida

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Sinestesia pernambucana

Poesia

Calada Recife, bonita,
E noturnamente fresca,
Como te gosto ver!

Cantando, Recife barulhenta,

E diurnamente aquecida,

Como te desgosto sentir!

Ismael Alexandrino



Ao som de 'I want break free' - Queen

Degustando Leite Chocolatado

Imagem:'Visões de Recife' - Charles Mendonça

terça-feira, 19 de junho de 2007

No meio, o descaminho

Poesia

no meio do caminho tinha uma mulher
tinha uma mulher-mulher
no meio do caminho.

e caminhando, amei a mulher
bem no meio do caminho.

nunca me esquecerei desse caminho
descaminho de vida minha
que, caminhando, descaminhei.

o descaminho era uma mulher
no meio do caminho

maldito caminho
bendito descaminho
que, descaminhando, caminhei.

tinha uma mulher no meio do caminho
bem no meio do caminho
tinha uma mulher.

não!, meu Deus! no meio do caminho
não tinha uma mulher
tinha uma ilha de prazer
que, descaminhando, amei
bem no meio do caminho.

Ismael Alexandrino


Ao som de '
I'm Losing You' - Rod Stewart
Degustando Whiskey Jack Daniel's
Imagem:'Not enough time' - Angélica, Diaporama de Angelicatas

Proposta de Lei para um casamento feliz

Curtas

Para aperfeiçoar o casamento e torná-lo mais feliz, nossos legisladores criaram o casamento com separação de bens. Mas falta ainda um passo para que a felicidade dos cônjuges seja completa: a criação do casamento com separação de males.

Rubem Alves


Ao som de 'Maria, Maria' - Elis Regina
Degustando Morango com Creme de Leite

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Chiquíssimo é saber falar, Glória Kalil

Crônica
Abobrinhas existem para serem ditas. E tem gente que é especialista em dizê-las. O mundo fashion é recordista em amealhar pessoas com este dom.

Nada melhor que um São Paulo Fashion Week (SPFW) para nos divertir. Lá se vê cada bizarrice... Engraçadas são as caras e bocas, a tara por falar no celular para se sentir importante, a necessidade de ser visto. Só tem gente maquiada e inteligente. Dá gosto ver.

Até o Fantástico, do Pedro Bial, da Glória Maria e do Zeca Camargo estava lá. E sempre muito chique, interativo e contextualizado – claro. Como não poderia ser diferente para ser chique, entrevistou a expert em moda e etiqueta Glória Kalil. A mulher dá cada conselho importante... Quem me dera eu tivesse uma consultora tão gabaritada.

Ela só não é muito familiarizada com a língüa portuguesa. Tudo bem que nossa língua mátria não é lá tão fácil. Mas, sinceramente, acho certos erros uma tremenda falta de etiqueta, e não são nada Chic[érrimos]. São o que chamo de Chic[erros].

A distinta mulher, dentre tantos desvios de concordância até aceitáveis num contexto coloquial, soltou um crasso. Ao comentar que para usar uma calça de cós alto – novamente em moda –, a mulher tem que "ter cintura e não pode ter uma grama de barriga". Que isso, rainha da etiqueta? Quanta deselegância com o bom português!

A palavra ‘grama’, usada no feminino – a grama – significa "capim", "erva". "A vaca ruminava tranqüilamente uma grama verdinha.". Já no sentido de unidade de massa, "peso", o uso correto é no masculino – o grama. "Comprei trezentos gramas de presunto.", e não "trezentas gramas de presunto", como se ouve muito por aí. Portanto, a mulher não pode ter um grama de barriga, e não "uma grama de barriga". A menos que ela esteja querendo dizer que a mulher não pode ter uma moita de capim na barriga. Acho que ela não quis dizer isso, apesar de a moda na passarela ser meio estranha. Tenho minhas dúvidas.

Saber etiqueta é legal, importante. Usá-la oportunamente é plausível. Mas, para ser chique de verdade, faz-se necessário, antes, saber falar corretamente.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'True Colors' - Phill Collins
Degustando Sorvete de Coco
Imagem:'Carol Bezerra' - Luis Morais

Parada do Orgulho Heterossexual

Reportagem


Uma família de classe média do ABC paulista e seus amigos fizeram, na tarde deste domingo (17), a primeira "Parada do Orgulho Heterossexual" de São Paulo, na calçada do vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na av. Paulista. O "movimento" foi convocado, no começo da semana, por uma comunidade homônima no Orkut, site de relacionamentos. Os participantes querem apoio oficial para montar shows e já brincam planejando bater "recorde" em 2008.

Criticado por organizar a iniciativa, uma semana após a realização da Parada Gay, o grupo esclareceu que pretende apenas defender a liberdade de expressão, sem nenhum tipo de apoio à homofobia. Mas eles criticaram o apoio oficial do governo à Parada Gay.

"Temos amigos gays que fazem parte de nossa comunidade do Orkut e dão seu apoio à nossa idéia de defender o orgulho heterossexual", conta um dos organizadores, Cristiano Vicente, 20, professor de inglês e estudante de design na faculdade privada Anhembi Morumbi.

Internautas e universitários

Com apoio de sua família, que mora em São Bernardo do Campo (Grande SP), ele organizou a parada heterossexual com o amigo Luis Fernando, 20, estudante de publicidade da Universidade Metodista. "A idéia surgiu durante conversas sobre a Parada Gay", afirma Fernando, que adotou como símbolo do movimento uma placa de banheiro com imagens de bonequinhos dos dois sexo.

Na comunidade do Orkut, eles receberam mais de 200 apoios à iniciativa. Por volta das 16h, havia menos de 15 pessoas (homens, na maioria) com o grupo, na calçada do Masp. Mas os organizadores disseram que alguns participantes estavam atrasados e que o "número oficial" da parada seria de 30 pessoas. A primeira Parada Gay reuniu um público estimado em 2.000 participantes, em 28 de junho de 1997.

A concentração estava marcada para 15h. O grupo estendeu uma faixa com a mensagem "1ª Parada do Orgulho Hétero - muitos são, poucos se orgulham". No momento da Parada Hétero, ocorria a tradicional feira de antigüidades do vão do Masp --um comerciante da feira manifestou apoio à iniciativa, considerando apenas uma "brincadeira dos jovens".

Mãe de Cristiano, a gerente administrativa Eliana Brykcy, 46, diz que o "movimento é sem preconceito" e que o grupo recebeu críticas também de alguns heterossexuais. Sobre a falta de público relevante para a iniciativa, eles citaram a "preguiça" de se sair aos domingos, que o evento foi convocado em cima da hora e que faltou divulgação pela mídia tradicional. O dia estava ensolarado --o termômetro do Masp marcava 29ºC.

Cartilha de drogas

Participante da parada, o arquivista Brando Brito, 35, menciona o caso da cartilha sobre o uso de drogas para criticar o apoio da Prefeitura de São Paulo à Parada Gay, um dos principais eventos do calendário turístico da cidade.

"Foi usado dinheiro dos impostos que todo mundo paga para elaborar uma cartilha ensinando a usar drogas. Isso está errado", diz Brando.

Entidades ligadas ao movimento de diretos dos homossexuais defenderam a cartilha por contribuir para a política de redução de danos, pela qual a divulgação de cuidados sobre o uso de drogas é positiva para minimizar problemas. Já algumas autoridades policiais acham que essa política incentiva o consumo e favorece o tráfico de drogas.

Shows e casal de dançarinos

Os organizadores da Parada Hétero dizem que esperam a permissão da prefeitura para realizar, no próximo ano, shows no vão do Masp para atrair mais público. Eles cogitam até colocar um casal de dançarinos (homem e mulher) para animar o ambiente. "Queremos dobrar o número de público no próximo ano e comemorar o recorde", afirma Eliana, que defende também a criação por lei do Dia do Orgulho Hétero.

A estudante Viviane Vicente, 24, filha de Eliana, conta que a comunidade no Orkut atraiu internautas de outros Estados, como Rio, Bahia e Rio Grande do Sul. Por enquanto, não há casos de namoro surgidos na comunidade. "Mas isso pode ser uma conseqüência natural", diz Cristiano, que também é guitarrista da banda Radio Ska.

Sérgio Ripardo1


Ao som de 'From This Moment On' - Shania Twain
Degustando Café Preto Sem Açúcar
Imamgem:'Parada Heterossexual - Folha OnLine' - Sérgio Rispardo


Sérgio Ripardo1 é jornalista, e editor de Ilustrada da Folha Online.

sábado, 16 de junho de 2007

Paris Hilton e A Pedra do Reino

Crônica

Paris Hilton é a nova fantoche do mundo ocidental. Assim como sua amiguinha a depravada e drogada Britney Spears, Hilton está sendo carregada para lá e para cá por blindados. Só que, desta vez, os carros não são seus, nem das bonecas Barbie, mas da polícia americana. Um delegado, que ela já seduziu na penitenciária, soltou a moça. O promotor e o juiz, mais bravos que bode da Paraíba amarrado, mandaram novamente a moça para a cadeia. E ficam nesse lenga-lenga. Não se sabe se a moça vai para sua "casinha", ou se fica na penitenciária de luxo, especial para celebridades.

A novela Paris Hilton está dando o que falar. Bem mais IBOPE que a nova minissérie da Rede Bobo. A Pedra do Reino, do global Ariano Suassuna, até agora, está com audiência sofrível. O povo brasileiro já não gosta, e pouco entende de literatura. Quando esta é caricata e bizarra, muito menos. Além do mais, em A Pedra do Reino, a única mulher com gestos de sensualidade que apareceu estava vestida até o pescoço. Desse jeito, sem mostrar pelo menos uma curvinha do bumbum, fica muito difícil de a Senhora Globo alavancar IBOPE.

Bem que a Patricinha do Reino poderia se integrar ao elenco de A Pedra do Reino. Artificialidade suficiente ela tem, não restam dúvidas. Lógico que não atuaria como atriz. Claro. Isso já seria exigir demais da magrela. Mas talvez como parte do cenário, sendo um cabo de vassoura de palha, ou mesmo um boneco de cera, sei lá. E depois, acho que ela e Ariano se entenderiam muito bem. Com seu sorriso contido, típico de quem está com diarréia, não lembro de tê-la visto falar algo de útil. E o senhor Suassuna, que tanto admiro e respeito, ultimamente também tem falado cada besteira...Chegou a dizer que rock não é cultura. Talvez seja efeito colateral de se fazer 80 anos.

Convenhamos, não é uma fala que se esperaria de um Secretário da Cultura. A mocinha Paris, vá lá, todo mundo sabe que dirige a vida de forma embriagada, à revelia. Mas o professor Ariano Suassuna o povo ainda respeita, e o tem em alta estima. Senil, ele deveria não se embriagar pelo sucesso, e conter as impetuosas frivolidades. Assim, poderia evitar que sentíssemos o gosto amargo de algo amadurecido demais.


Ismael Alexandrino


Ao som de 'Gente Humilde' - Chico Buarque

Degustando Castanha de Caju
Imagem:'Casa de Pedras' - Ilma Barrilari

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Paris Hilton, a própria pedra do reino

Humor



Ao som de Risos
Degustando Tequila de Beverly Hills
Imagem:'Paris Hilon in Jail: The music Video' - Youtube

Capital privado é solução; o resto, ilusão

Curtas

“Passei de criança a adulto. Eu era uma criança que confundia desejo com realidade. Eu tinha certos desejos − que eram fraternais com relação à minha situação privilegiada e à situação desprivilegiada de outras pessoas. Mas descobri, ao ver o mundo aí fora, que a maneira de resolver esses problemas não é a maneira pregada pelos principais grupos populares aqui do Brasil. A grande transformação foi esta. Vi que os países ricos são paises que se abrem para o capital e fazem iniciativa privada. Como é que você vai empregar os brasileiros sem iniciativa privada? Vai fazer de todo mundo funcionário público? As repartições públicas já estão falindo! E com esses milhões que estão aí o que é que você vai fazer? É preciso abrir desde botequim a fábrica. Isso só com capital privado!”

Paulo Francis1


Ao som de 'Blackbirds' - Erin McKeown
Degustando Cassata Manu


Paulo Francis1 foi jornalista, crítico e escritor brasileiro; faleceu em 04 de fevereiro de 1997.

Sobre o anonimato

Curtas

"Anonimato não é um direito; é um privilégio."

Carlos Cardoso1


Ao som de 'Have You Ever Seen The Rain' - Creedance
Degustando Biscoito Recheado


Carlos Cardoso1 é problogger e administra o blog 'Contraditorium' -- o único blog de US$1 milhão do Brasil.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quando me amei de verdade

Crônica

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber Viver!

Charles Chaplin


Ao som de 'O que é, o que é?' - Gonzaguinha
Degustando Suco de Laranja Lima
Imagem:'Andando de bicicleta..." - Dayane Silva

terça-feira, 12 de junho de 2007

Dia dos namorados

Homenagem


O post de ontem pode ter causado uma inquietude entre as mulheres. Algumas podem até terem ficado chateadas comigo. Ledo engano pensarem que guardo quaisquer tipos de picuinhas contra elas, muito menos que sou um entusiasta da "guerra dos sexos".

Sinceramente, acho que cada um tem seu papel, seu lugar, e também, claro, seus pontos negativos. O de verídico nesta história é que eu as amo bastante, assim como são, senão não dedicaria meu tempo escrevendo sobre elas. E, não raro, escrevo.

Não é exagero dizer que amo muitas. Sim, eu amo várias mulheres. E mais: tenho várias mulheres na minha vida. Tenho uma que é amada, tenho a amiga, tenho aquela que é bem cúmplice, tenho, inclusive, uma amante.

Há, porém, um detalhe que talvez faça toda a diferença. Todas essas mulheres eu as tenho intensamente em uma só. E agradeço a ela por existir na minha vida de forma tão singular.

Feliz dia dos namorados, Ila. Eu te amo muito. Um abraço carinhoso e apaixonado, cheio de cuidado e encantamento.

Seu eterno namorado,
Ismael Alexandrino


Ao som de 'Eu sei que vou te amar' - Vinícius de Moraes
Degustando Bombons Finos de Avelã
Imagem:'Fim de tarde na Praia de Serrambi' - Ismael Alexandrino

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Mulheres, acordai-vos!

Artigo

Há, basicamente, dois tipos de mulheres: as anormais, e as que têm Tensão Pré-Menstrual (TPM). Poucos homens gostariam de ter uma mulher anormal. Inclusive eu. Mas a maioria, acredito, gostaria de que as TPMs de suas belas fossem mais controladas, mais comedidas. Inclusive eu.

A TPM é uma síndrome que atinge as mulheres e que ocorre nos dias que antecedem à menstruação. Caracteriza-se por uma irritabilidade e ansiedade mais acentuadas, assim como manifestações físicas. Dor nas mamas, distensão abdominal e cefaléia são freqüentemente observadas.

Mas uma das características mais marcantes deste período tão peculiar é a chatice exacerbada. Sim, a maioria esmagadora das mulheres quando estão na TPM são extremamente chatas, e o pior, muitas nem se dão conta disso. Para complicar mais ainda, nota-se nelas uma labilidade emocional ímpar. O fato de chorarem sem que tenham, necessariamente, um porque deixa qualquer homem atordoado, sem saber o que fazer, de cabelo em pé. Não é nada fácil entender isso.

No entanto, as coisas não estão completamente perdidas nesses períodos de carma. Existem algumas medidas paliativas, que amenizam todo o rebuliço hormonal. Eis algumas delas:

  • Reduzir a ingestão de cafeína e álcool. A cafeína, contida no café, nos chocolates, em muitos refrigerantes e em alguns medicamentos, aumenta a ansiedade e a instabilidade emocional. O álcool pode provocar dores de cabeça, fadiga e depressão.
  • Diminuir o sal nos alimentos. Isso reduz o inchaço causado pela retenção de água pelo corpo.
  • Comer alimentos ricos em cálcio. Isso vai ajudar a reduzir o inchaço e a variação de humor.
  • Fazer exercícios aeróbicos (Sexo é sempre um ótimo exercício aeróbico!). O exercício ajuda a reduzir as cólicas menstruais e melhora o humor (Se sexo for o exercício escolhido, o humor do parceiro agradece muito). Além disso, eles, os exercícios físicos, liberam endorfinas, substâncias produzidas no nosso organismo que são responsáveis pela sensação de bem estar (Se sexo for o exercício escolido, o bem estar é potencializado infinitas vezes).
  • Adicionar carboidratos complexos à sua dieta, tais como cereais integrais. Isso reduz a fadiga e as variações de humor.
  • Tomar polivitamínicos. Embora a teoria de que a TPM é causada pela ausência de vitaminas como A, B6, C e D não seja muito aceita, algumas mulheres sentem-se melhor com o uso de polivitamínicos.
  • Acupuntura. Tem apresentado muitos benefícios, principalmente a redução do "stress" e das cólicas menstruais.
  • Ioga, meditação. Ajudam na redução do stress, diminuindo ansiedade e depressão.
  • Procurar um médico assim que possível. Alguns deles sabem o que falam.
Enfim, existem sim medidas que amenizam a TPM. Ainda há mais duas que considero medidas-limite: 1) engravidar sucessivamente; 2) o marido sair de casa para bater um futebolzinho com os amigos.

Para aliviar a TPM, vale tudo. Ou quase. Só não vale não fazer nada, pois homem normal nenhum tolera a chatice ambiental que uma "boa" TPM consegue provocar.


Ismael Alexandrino


Ao som de 'Cala, meu amor' - Vinícius de Moraes
Degustando Suco de Limão sem Açúcar

Imagem:'A mão que balança a rosa' - Marcelo Silva

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Tratado sobre a força

Curtas

"A força não provém de uma capacidade física, e sim de uma vontade indomável."

Mahatma Gandhi


Ao som de 'Beautiful Day' - U2
Degustando Café Preto com Pão de Queijo

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Matar está na moda

Crônica

Após ganhar a rua, deliciava-me com o visual da Praia de Boa Viagem. Sol a pino, mar azul, gostosa brisa. Por ser uma quarta-feira, notei que havia gente demais em dado local da praia. Fato incomum por não ser em época de férias, final de semana, ou feriado.

Intrigado com a movimentação, fitei-a, e, mesmo sem parar o carro, pude notar do quê se tratava. Havia 1.000 cruzes pintadas de preto fincadas na areia, em vez das costumeiras sombrinhas de verão. No próximo semáforo, li em uma faixa que pessoas vestidas de preto seguravam: "2.108 assassinatos em 151 dias". 13 é a proporção dos homicídios diários em Recife. Mais de um a cada meia hora. Assustador.

Os jornais impressos, os telejornais, fazem das cenas de violência um palco. Das vítimas mocinhos sem-graça. Dos criminosos temidos heróis. O sentido do sangue que escorre no asfalto se perdeu, os bastidores pouco interessam, as lágrimas se extinguiram. O que vale é o espetáculo momentâneo, a cena chocante, a audiência vidrada, eufórica, em êxtase. Impressiono-me como a vida está banalizada. Mostrar a violência tornou-se lugar-comum, todos fazem, todos comentam; poucos se compadecem, ninguém se move.

Parece-me que a indignação com a morte provocada não mais existe. Não nos impressionamos mais com assassinatos. Acostumamos com os homicídios. Clamamos por vingança. Pedimos a legalização do aborto. Matar é a nova moda.

Bandido mata. Polícia mata. O marido mata. O amante mata. A esposa mata. A amante mata. O irmão mata. O filho mata. O pai mata. O padrasto mata. A madrasta mata. A mãe mata. A fome mata. E eu morro cada dia um pedacinho.

Gostaria de matar a indiferença. Gostaria de matar a cobiça. Gostaria de matar a avareza. Gostaria de matar a ganância. Gostaria de matar a vaidade. Gostaria de matar a soberba. Gostaria de matar o ódio. Gostaria de reviver o amor.

Gostaria de viver em paz.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Imagine' - John Lennon
Degustando Fumaça de Pólvora
Imagem:'Mil cruzes' - Agência Estado

Meu lado oeste

Hai-kai

Californiano.
Forte vendaval pacífico
Sopra em mim inerte.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Segredos' - Frejat
Degustando Chá de Maçã com Canela

terça-feira, 5 de junho de 2007

Fim de tarde

Hai-kai

Galo solitário.
Lá na serra o dia encerra,
E cerro os meus olhos.

Ismael Alexandrino

Ao som de 'Bem que se quis' - Marisa Monte
Degustando Gabiroba

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Polícia Federal faz apreensão na casa do irmão de Lula

Crônica do cotidiano


Deflagrada nesta segunda-feira (4), a Operação Xeque Mate, de combate ao contrabando de peças usadas na montagem de máquinas caça-níqueis, incluiu uma batida policial inusitada. Munida de autorização expedida pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, a Polícia Federal realizou, em São Bernado do Campo (SP), uma missão de busca e apreensão na casa de Genival Inácio da Silva, o Vavá. Vem a ser o irmão mais velho do presidente da República.

As investigações foram iniciadas há seis meses. Não se sabe, por ora, quais as acusações que pesam contra Vavá. Uma equipe da PF esteve na casa dele no início da manhã. O blog conversou com um dos responsáveis pela investigação. Ele disse que não estava autorizado a informar o que foi, afinal, apreendido na casa do irmão do presidente.

A nova operação da PF resultou da junção de dois inquéritos. Num deles, apura-se o contrabando de equipamentos eletrônicos de máquinas caça-níqueis. Noutro, investiga-se a ação de uma quadrilha que, sob a liderança de policiais, comercializava armamentos ilegalmente e é acusada da prática de tortura.

Cerca de 600 agentes federais foram às ruas nesta segunda. Cumpriram 135 mandados judiciais –85 de prisão de suspeitos e 50 de busca e apreensão. Ao final do dia, haviam sido detidas 77 pessoas em seis unidades da federação: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, São Paulo e Distrito Federal. O irmão de Lula não está entre os detidos. Esta não é a primeira vez que Vavá se vê enredado em casos rumorosos.

Instado a comentar a ação da PF, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) disse que não se pode condenar Vavá a priori. E emendou: "Agora, a polícia, para ter ir ido à casa dele, fazer uma apreensão desse tipo, deve ter tido alguma informação, algum indício. Ele vai ter de se defender, naturalmente."

Josias de Souza1


Ao som de '300 picaretas' - Paralamas do Sucesso
Degustando Pizza com Caipirinha
Imagem:'Falcão' - Ismael Alexandrino


Josias de Souza1 é jornalista e colunista da Folha de S.Paulo.

domingo, 3 de junho de 2007

Humanizar um bicho

Crônica

Há mais de meio século, Manuel Bandeira viu um bicho. O mundo ainda soprava a fumaça da primeira guerra mundial, Hitler levantava a suástica da eugenia como forma de terceira via. Mussolini, o fascismo defendia. Enquanto Nova Iorque definhava com a maior crise que o capitalismo já viu. No Brasil, paulistas e mineiros tomavam café-com-leite, enquanto Luís Carlos Prestes estimulava revoltas políticas e sociais nos quatro cantos do país, minando as estruturas da Velha República. Idealistas. Porém, elitistas. Golpistas. Contudo, reformistas. O tenentismo, então, revelara-se prova inconteste de um movimento de difícil entendimento, explicação e razão de ser.

Em meio a essa balbúrdia, num modernismo que acabara de florescer, ainda em sua primeira fase, Bandeira se valia da poesia para descrever a realidade do país de forma eufêmica. Seu lirismo, na descrição humana, não só traduzia o contexto de miséria vivido, como já antevia futuros períodos indecorosos.

Na imundície do pátio, ainda há pouco, não sabia o que via. Ele não catava comida e detritos. O pátio que se encontrava era muito longe do refeitório para fazê-lo. Se bem que essa distância não diz muito. Mas, sinceramente, acho difícil alguma comida se distanciar por mais de quinze metros daquele refeitório sem ser devorada. O fato é que ele não cheirava aquilo também. Aquele lixo não fora confeccionado como os outros, para termicamente guardar as guloseimas para os ratos. Inútil seria cheirá-lo a fim de ativar os quimioreceptores, e estimular a liberação de secreções digestivas. Engolia vorazmente.

Confesso que não sei se aquela ingestão seria capaz de injuriar aquele ser. Muito embora, aquela víscera estivesse totalmente maligna.

Costumam dizer que a pobreza e a fome são o câncer da sociedade. Fico pensando, então, quão patógeno socialmente seria aquela criatura.

Mas no mundo da cibernética e robótica, que valor tem aquela vida? Aliás, aquele suspiro?....Insignificante pós-revolução industrial. Num mundo em que a busca incessante é pelo petróleo, e outras formas de energia, de que vale aquela criatura? Quanto custa aquele mísero e moribundo ser? Qual o seu preço?

Sem se dar conta dessas questões, os poderosos só pensam em brincar. Como num vídeo-game, atacam sem escrúpulos terras alheias. Como acham que estão numa boa festa, não lhes faltam foguetes potentes. Depois, dizendo que serão intoxicados pelo anfitrião, desarrumam sua casa, rouba-lhe a comida, sua energia, e ali se sitiam ao bel-prazer.

Quando cansam daquela estadia, saem para promover novos espetáculos, novas confraternizações. E olha que são marketeiros! Passam na televisão ao vivo e tudo. Só não têm muita ética nas propagandas, pois a maioria delas fere o terceiro e o quinto artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigos esses que garantem a vida e repudiam os tratos desumanos. Ainda querem propor livre comércio com a terra verde-loura. Imagine se descobrirem mais petróleo na bacia de Campos, e os tupiniquins não propuserem exportação para eles livre de impostos. A festa será em nossa casa.

Nesse hedonismo desvairado, fica-se à espera de grandes feitos, anseia-se pela próxima campanha. E quando ela vem, contenta-se em discar 0300-num-sei-quanto-num-sei-quanto e doar o que sobra do mês. Não que doações, principalmente as financeniras, sejam desnecessárias, não é isso. Só que, contentar-se com elas, é equivocar-se de que se está com o dever do cidadão cumprido. Uma atitude, no mínimo, cômoda.

Portanto, o que preconizo, não é a realização de intentonas comunistas, que são capazes de percorrer 25 mil quilômetros e só conseguir enfraquecer um governo e nada mais. Não é levantarmos bandeiras de vias alternativas grotescas. Não é exaurirmos o capitalismo até as últimas conseqüências. Não é invadir terras alheias, de forma violenta e desordeira. Melhor seria se espelhássemos nas formiguinhas, e, cada um, a cada momento possível, fizesse bem o seu papel. Coisas simples, nada de mirabolante.

Poderia começar dando um prato de comida a um indigente que bate à sua porta. Ou parando na faixa de pedestres ao sair de casa. Não furando semáforos, não instigando a ira em outrem mostrando-lhes gestos obscenos. Suportando a fila sem provocar tumulto. Guardando o papel de balinha no bolso para jogá-lo no lixo depois. Sorrindo para o chefe, ou o empregado, no trabalho quando não se é bem compreendido. Dando uma informação precisa a um paciente debilitado no corredor de um hospital e, se possível, ajudá-lo indo com ele onde for preciso. Cumprimentar quem passa rápido por você ao menos com um balançar de cabeça e um sorriso espontâneo. Acredite, neste momento você o sensibiliza mesmo que ele não tenha consciência disso. Lutar pela justiça outrora perdida, zelar pela lisura de atos. Lembrar que existe um SER que é justo acima de nós.

Talvez assim, quem sabe, evitemos que alguém como eu ou você almoce um tumor maligno. Talvez evitemos que seja visto, por alguns, como uma simples fonte de energia, e, que maior valor teria, se estivesse num biodigestor sendo remoído, como fazem com os lixos e os estrumes de animais. Talvez o livrássemos da condição de bicho dando vida a um poema. Talvez consigamos fazer do homem um ser humano. Talvez.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Gentileza' - Adriana Calcanhoto
Degustando Pão e leite
Imagem:'Lixão fonte de sobrevivência' - Fábio Matavelli

sábado, 2 de junho de 2007

Acerca do poeta

Curtas

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente!

Fernando Pessoa

Esse Fernando...


Ao som de 'Samba de uma nota só' - Tom Jobim
Degustando Bolo de três cores

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Impossível

Poesia

Impossível nascer sem lamentos;
Da vida que será difícil e sofrida;
Impossível nascer sem sofrimentos;
A mente que trabalha na desmedida.

Impossível crescer sem lamentos;
Da vida que trabalha, que corrida;
Impossível crescer sem sofrimentos;
A mente que será uma ferida.

Impossível viver sem lamentos;
Da vida que sempre está em dívida;
Impossível viver sem sofrimentos;
A mente que nunca está como devida.

Impossível morrer sem lamentos;
Da vida que nunca é bem vivida;
Impossível morrer sem sofrimentos;
A mente que sempre está dividida.

Charles Lucena1


Ao som de 'Gentileza' - Adriana Calcanhoto
Degustando Caldinho de Feijão com Bacon
Imagem:'O vendedor de amendoim' - Ismael Alexandrino


Charles Lucena1, colega e amigo, é médico e político.