Café Alexandrino - O lado aromático da vida

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Posso ir

Poesia

Se me tens como o teu inequívoco amor,
Como o próprio amor encarnado,
Por que não me possuis...
Por que não me possuis assim...
Por que não me possuis assim... carnalmente?

Se me tens todo, a todo tempo,
Em todo tempo teu que roubas de mim,
Por que não me possuis assim...
Por que não me possuis...
Por que não me possuis assim... loucamente?

Se me tens e nisto te comprazes,
Deverias me possuir
Em todo tempo
Todo
Próprio
Amor encarnado.

Se me tens como o teu inequívoco amor,
Se me tens todo, a todo tempo,
Deverias me possuir.
Deverias.
Não deverias.
Não deverias ficar aí, inerte,
A sete mil milhas
A sete léguas
A sete côvados
A sete palmos
A sete dedos
A sete milímetros
A sete camadas de valência
Longe de mim.

Esta perfeita distância que manténs
Que cultivas resguardando-se
Numa inércia sem fim,
Por ora, irrita-me!

Se me tens,
Possua-me
Loucamente
Carnalmente
Incessantemente.

Possua-me assim
Que te possuirei em mim
Loucamente
Carnalmente
In-ces-san-te-men-te
Até a minha ou a tua vida
Dar o último suspiro...
...
E chegar ao
Fim.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'The Art Of The Fugue' - Johann Sebastian Bach
Degustando Torta de Limão
Imagem: 'Par de Flores' - Perchansky

4 comentários:

K disse...

uau!
sensacional
beijos

Anônimo disse...

É maravilhoso estar aqui e ler como você escreve. Não quero tecer aqui uma rede de elogios, somente gostaria de dizer-lhe que algumas palavras talvez sejam os pedidos involuntários de alguém que você nem conhece.
Um grande beijo e ótima semana.
drika

Anônimo disse...

Menino!!!
Tu tá ficando bom nisso!
Tá lindo.
Beijão

Anônimo disse...

Oi ismael!!! Ja estava sentindo falta de tomar um cafezinho!
Bom demais!! :)
um abraco! saudade!