Café Alexandrino - O lado aromático da vida

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Na esquina

Poesia
Ignoras-me
Desde aquele minuto
Depois do lapso
Daquele café
Às dezesseis.

Sabia que existia
Uma ironia por entre
Seus dentes brancos
Uma malícia repousando
Nessa sua pintinha na face.

Mas tu tens a perder
Sem muito sabor, é verdade,
Mas tem.
Eu, não.
Já perdi antes do café.
E não estou certo
Se desgostei da perda.
Não sinto remorso,
Mas dói-me não sei bem porquê.

"Porquês" me afligem
Sabias?
Sempre os chamo,
Mas não tenho tamanha destreza
Em respondê-los.
Porque tem "porquês" que são porque são.

Talvez saiba o porquê:
Perder dói. E ponto.
Interrogação
Exclamação
Final
Reticências...
Ponto-de-vista à parte, pode ser.

Incongruências de um devaneio, certamente.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Devolva-me' - Adriana Calcanhoto
Degustando Halls de Melancia
Imagem: 'Mi esquina favorita' - Silvia Maria Salto


4 comentários:

Kari disse...

Há um tempinho que eu não vinha por aqui. Mas hoje li toda essa página. Poemas, frases, crutas, contos, tudo... E fiquei encantada com cada palavra.

E adorei o canto do abraço! Sim, um abraço forte é sempre tão bom de receber...

Ah! E eu não gosto de "porques" não respondidos, não esclarecidos...

Beijos

Lis Richards disse...

Interessante e intrigante.
:)

Unknown disse...

Quantas esquinas temos de passar?
Talvez, várias até vislumbrarmos o tão sonhado amor. o caro poeta Ismael, sabe bem! Prova disso é a sua subjetividade em elaborar tais versos...
Parabéns!

Abraços..
Fabio Lisandro, amigo. Recife-PE

Rita Moraes disse...

E o amor se transforma em poesia, e que Poesia essa a sua. Capaz de enlaçar mentes e alumiar os horizontes. Parabéns pelo blog.