Café Alexandrino - O lado aromático da vida

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Poeminha proibido

Poesia

Falas-me de um proximidade subjetiva
Te sentes abrigada, acolhida;
Entendo-te.
Anseio, no entanto, pela objetividade
Do seu toque em minha pele ansiosa.
Às vezes, temo que me percebas
Percebas-me por demais ansioso
Receio que vejas o nudismo de minha'lma
E se afaste, vire as costas.
Então policio-me, disfarço.
Mas percebes, sei que percebes
Percebes a ligeireza do meu sorriso
Quando te vê a poucos metros
Mesmo que estática e n'outro mundo.
Contemplo-te absorto em pensamentos
Puros e serenos
Lascívos e efusivos
Desejo-te sem muitas explicações
Amo-te no meu silêncio tímido
Sem balbuciar cientificismos
Quero-te por te quero.
Tão somente!
Mas piso pé por pé
Para que não te assustes(tanto!)
Para que não sofras(mais!)
Não mais do que a vida
Já te reservou sem avisos prévios
E hoje te achas com feridas abertas
Clamando por um cuidado único
Impossível às mãos de um cirurgião qualquer.
Posso me sentir feliz
Por te sentires próxima?
Posso abrigá-la?
Posso aconchegá-la?
Posso abrigar cada um de seus sonhos adormecidos?
Posso aconchegar cada gota de sentimento pingado?
Posso ter-te infinitamente enquanto durarmos?
Calo-me.
Observo-te esperançoso, feliz
Não pela certeza da posse
Mas pela certeza do sorriso no olhar
E, para mim que o amo,
Suficiente para seguir sonhando
Com uma desventura alheia
E uma aventura eterna de nós dois.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'From this moment' - Shania Twain
Degustando Cioccolato Caldo by Fran's Café
Imagem: 'Para uma moça, com uma flor' - Ismael Alexandrino

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