Café Alexandrino - O lado aromático da vida

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A César, o que é de César; a nós, o que nos cabe

"Posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o seu total direito de dizê-las", foi dito no Iluminismo. Isso se assemelha ao que se idealiza a democracia: respeitar as opiniões, dizeres e decisões alheias, mesmo que divirjam completamente das minhas. 

Sempre fui avesso ao fanatismo, comunismo, socialismo, assistencialismo e banditismo - a evolução natural de uma ideologia. 

Mas, como liberal, por mais que me doa, me constranja, e eu me sinta impotente e com gosto amargo na língua, aceito a decisão da maioria da população que optou por se posicionar. Entendo que isto é o princípio básico da democracia.

Por isso torço para que Dilma Rousseff desempenhe um bom governo e consiga modificar positivamente o cenário brasileiro. 

Gostaria, no entanto, que as dicotomias segregativas dos últimos anos dos governos Lula e Dilma não fossem pilares de projetos, bandeiras, e práticas discriminatórias irritantes. Que essa jocosidade aberrante em dividir categoricamente os Seres Humanos em cores, gêneros, religiões e princípios filosóficos seja abandonada. Isto apenas distancia os semelhantes e fomenta o ódio.

Que nós brasileiros, indivíduos(individuais!), humanos, com pensamentos próprios e livres também assumamos uma postura pró-ativa, não demagoga e modifiquemos o meio, o micro-espaço em que vivemos, o micro-país que construímos onde quer que estejamos, sendo observados por outrem ou não. Sejamos coerentes, enfim. 

Convido-os a não praticarem no dia-a-dia o que condenam, o que reclamam, e o que reinvidicam. Jogar lixo no chão é errado e não tem a ver com sustentabilidade. Sonegar é errado. Furar fila é errado. Fazer ligações de TV à cabo clandestinas é errado. Furar sinal, não parar nas faixas de pedestre, subornar policiais, tudo isso é errado. Desperdiçar água é errado. O "jeitinho brasileiro" é bem adaptável, admito, mas não é bonito, e muito menos características de seres evoluídos.

Coerência, meus irmãos brasileiros, é uma virtude. Tentemos adquiri-la, preservá-la, vivê-la. Mais do que ser difícil ter coerência é torná-la um hábito evolutivo a ponto replicá-la no DNA.

Que O Grande Arquiteto do Universo nos ilumine e nos dê força na caminhada. E que esta valha a pena cada suspiro, cada gota de suor, cada aprendizado, e cada lágrima que poderá existir.

Um fraterno abraço a todo e qualquer irmão-humano que quer um Brasil diferente e melhor, e que aspira fazer a sua parte completamente sem negligência e com sabedoria.


Ismael Alexandrino


Ao som da chuva na copa das árvores
Degustando água sem gás

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