Café Alexandrino - O lado aromático da vida

sábado, 13 de junho de 2009

Detalhes do horizonte

Crônica


Ela desenha cenários no vazio. Mágica! Pensamento flutuante, sem habilidade para materializá-los, sonho-os. Poeta.

Haveria colinearidade nos traços de pensamento? Abcissas, ordenadas, catenárias distribuindo forças, dando formas, edificando. Interrogações, exclamações, reticências aliando forças, dando sentido, poetizando.

Cada qual com a sua arte, seguem vivendo mundos distintos, porém tão próximos. Mundo de construções, projetos; mundo de imagens, devaneios. De súbito, comenta-se que o dia é curto, o tempo urge. Pacificamente, percebe-se que o dia é suficiente para as prioridades.

Mas, e as insuficiências? Abstraio-as. Modifico a realidade, corro atrás do instante perdido, vasculho a memória, tento projetar. Não consigo. Só enxergo o hoje, o agora, este momento que já não existe mais. Fugacidade, efemeridade, tudo isso me circunda, tenta me abraçar. Perderei a vez, então? É isso que me resta?

Duvido muito. Duvido da história, dúvido deste seu futuro posto nesse papel quadriculado. Só não duvido de nós dois.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Que nem maré' - Zigo Aguiar
Degustando Coca-cola Gelada
Imagem: 'En la orilla' - Jose C. Lobato

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