Poesia
Dulcíssima morte, liberdade-mor,
Em teu ornamentado sepulcro caiado
Repouso serenamente minha eternidade.
Encontro-te gélido e pálido,
Em teu peito, enfim, aqueço-me,
Depois de tantos calafrios
Que me provocaste.
Sinto gozo neste teu abraço
Dotado de ciúme ardente
Jurando nunca me abandonar.
Na intimidade não te mostras arredia;
Dá provas de fidelidade incondicional.
Comete injustiça quem te maldiz,
Pois és remédios para muitas,
-- senão a maioria --,
Das amarguras que a vida
-- aquela vadia -- me causou.
Em dias hodiernos, és o meu refúgio,
Em ti posso acalentar meu pranto.
Pranto este que a vida
-- aquela vadia desvairada -- me causou.
Abandonou-me em lágrimas no meio do caminho
E em teus braços, ó morte,
Para sempre me entregou.
Ismael Alexandrino
Ao som de 'À morte' - Nicole Borger
Degustando Café Expresso Platinum
Imagem: 'La morte' - Seneca
Um comentário:
surpreendente o poema, fazer da morte uma inspiração rendeu algo muitíssimo interessante!
bjos!
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