Café Alexandrino - O lado aromático da vida

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sossego

Crônica

Estou de férias. Os últimos dias em Recife foram extenuantes, cansativos por demais. Enfadonhos. Precisava matar a saudade da família, dos amigos, do amor. Não via a hora de respirar outros ares, e os estou respirando. Bem mais frios e secos que os do litoral pernambucano, é verdade. Mas eu gosto.

O fato é que alcei vôo rumo ao interior do Brasil. Passei por Brasília-DF (rapidamente) e São Luís de Montes Belos-GO, onde comi muita picanha e cupim. Agora estou em Goiânia, a bela, verde e florida capital de Goiás.

O melhor de tudo isso não é simplesmente a cidade organizada, ou o povo hospitaleiro, simples e afetivo. Não sou muito afeiçoado a bairrismos. O melhor mesmo é poder curtir o ócio, levantar dez horas da madrugada, comer, cantar, ficar fazendo nada, completamente à toa, ou lendo sem compromisso, sem hora para terminar. É... Por vezes, é bom ficar "ao leo", ao bel-prazer do espírito contemplativo. Por exemplo, como neste instante em que escrevo, e vejo pela janela alguns pardais brincarem numa árvore verdinha que não sei o nome. Nem quero saber agora, o nome da árvore não me importa. Importa-me contemplá-la tão somente, sem cientificismos.

É bom ter sossego. Pensando bem, eu só quero sossego.

Ismael Alexandrino


Ao som de Canto de Pardais
Degustando Leite Frio com Chocolate
Imagem:'Acima das nuvens' - Ismael Alexandrino

Um comentário:

Gui disse...

O poeta Rubem Alves te contaminou, né? Que o ócio é bom, não restam dúvidas... mas como ele diz, bom mesmo é aquele ócio de agenda cheia, sabe? O mundo explodindo e a gente de pijama, observando o formato das nuvens..rsrsr Abraços e boa férias.