Café Alexandrino - O lado aromático da vida

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Paradoxo Nacional

Ensaio

“Art. 1º - Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” (Lei nº 7716 de 1-05-1989).
Seria irônico pensarmos que, se as leis fossem deveras cumpridas no Brasil, poderíamos punir o Estado. As cotas universitárias para negros são uma prova de auto-inferiorização dos mesmos em relação à raça de linhagem branca. Tais vagas oferecidas funcionam como um paradoxo ao que é pregado no dia 20 de novembro, dia da consciência negra.

Ao ingressarem no curso superior sem haverem tido formação intelectual que os capacitem, os indivíduos negros podem não possuir habilidade de construção de opinião. Poderá manifestar, também, deficiência em suas visões tecno-científicas. Da mesma forma, podem não ter aptidão para argumentar e, provavelmente, nunca passaram por um grande desafio do conhecimento: o vestibular. De tal maneira, tais fatores podem desembocar em falta de interesse por parte do universitário negro que se aproveitou das cotas. E há o fator que faz com que o negro, mal preparado, não consiga acompanhar as aulas do 3º grau.

Processo quase exclusivo no planeta, o vestibular brasileiro, que é imparcial quanto à seleção (quando não há fraudes), se torna publicamente falho ao favorecer alguns. Na hora de ser beneficiado, todos querem ser negros e coitados. E há aqueles que se denominam “quase negros”, e que insistem em ser negros, apenas para aproveitar a entrada fácil.

O país do futebol dá mais motivos para ser visto externamente com maus olhos, por ter, para seu sistema educacional, medidas meramente paliativas (e péssimas) ao invés de erradicantes.

O branco, na maioria das vezes, tem oportunidades de desenvolver melhor seus estudos e, assim, atingir uma certa vantagem. Para corrigir o problema, não se deve dar manutenção à universidade, e sim investir no início da formação de um cidadão: o de base. Quando beneficiados os sistemas de ensino infantil e fundamental, o negro não mais necessitará de cotas e de ser coitado. Reduz-se então, paulatinamente, mesmo que a longo prazo, a medida de cotas, diminui a exclusão e equipara os candidatos ao profissionalismo.

A medida desleixada tomada pelo Governo pode fazer com que o mercado elimine os estudantes de cotas automaticamente, de forma cruel e darwinista, gerando desemprego. Isto não é preconceito, senão fatos com lógica e racionalismo, uma vez que se quer iniciar uma carreira a partir do nível avançado. Os negros não são, portanto, beneficiados, mas sim vítimas da hipocrisia social.

Gabriel Carvalho1


Ao som de 'All That You Have Is Your Soul' - Tracy Chapman
Degustando Café Preto com Raspas de Chocolate Branco

Imagem:'Man filling out bank deposit slip' - John-Francis Bourke

Gabriel Carvalho1, meu querido sobrinho, faz 2º ano do Ensino Médio no Colégio WR, em Goiânia-GO.

3 comentários:

Kari disse...

Caramba. Muito bem escrito!

De fato, as cotas são o maior ato de preconceito desse país.
Mas parece que tudo no Brasil é assim, né? Ao invés de melhor a base, remenda-se no meio do caminho. Por isso vivemos nessa bagunça de hoje.

Beijo
Kari

Anônimo disse...

Amei, cherinho...O preconceito é nojento,e no Brasil,a nojeira ainda é colocada debaixo do tapete...Acorda Brasil...
bjo cherinho, te amo
Gisele(titia orgulhosa)

Anônimo disse...

Rá, falou tudo esse menino!

Lembrando também que essas cotas prejudicam aqueles alunos que bem preparados para engressar no ensino superior, perdem 'suas' vagas para os 'coitados', os 'incapacitasdos': os negros.
=/
Nem a cor, nem a opção sexual nem a religiao nos tornam mais ou menos capazes. É o preconceito quem classifica e cria diferenças...

Oia seu fã clube aqui biel =D
Te amo!