Café Alexandrino - O lado aromático da vida

sábado, 6 de outubro de 2007

Economizar, economizando...

Artigo


Uma das grandes dificuldades dos nossos dias atuais tem sido a grande dificuldade em economizar. No esboço da economia atual, fica cada dia mais difícil fazer “poupança”* , ora em função da cultura consumista de um país, ora em razão da renda não ser suficiente para os gastos mensais. Mas, mesmo assim, com algumas ações, podemos driblar e criar uma cultura acumulativa, e nos beneficiarmos também das benesses das aplicações financeiras.

Na maioria dos países onde existe uma grande circulação de dinheiro e certa estabilidade nos fatores macroeconômicos – ou seja, taxas de juros controladas, inflação controlada e fatores políticos pró-desenvolvimento é muito fácil ter acesso ao crédito –, comprar um carro não é uma questão difícil. No Brasil, atualmente, me deparei com uma concessionária vendendo um automóvel zero com a entrada com cheque para 2009, e o saldo parcelado em 84 vezes. Os bancos privados no Brasil, para fugir do compulsório, têm aberto financiamento para compra da casa própria com taxas de juros baixíssimas chegando a 8% ao ano** e financiamento em até 25 anos. Dizem, ainda, que essa situação ainda vai melhorar com a queda da taxa de juros no Brasil. Nos Estados Unidos não é diferente quando nos deparamos com a relação custo de vida. Os preços percentuais de gasolina, eletrônicos, eletrodomésticos, vestuário e muitos outros, em relação ao salário são relativamente baixo comparados com países como Argentina, Chile, México, Brasil, Turquia, dentre outros. Então fica a pergunta: por que não conseguimos comprar tudo o que queremos e no final do mês ainda estamos apertados?

É uma pergunta bem subjetiva, e as respostas podem ser inúmeras, dependendo das circunstancias. Porém, o mais importante consiste num bom planejamento orçamentário. Planejar o orçamento do mês e da família consiste em abdicar de algumas coisas em prol de um objetivo maior, que é não se apertar, e ainda sim gerar rendimentos. Sim, é possível gerar rendimentos.

O primeiro passo faz-se importante estipular uma percentagem de quanto será poupado mensalmente do salário, e criar, a partir daí, um fundo de reserva, poupança, ou seja, uma verdadeira lei a ser seguida todo mês. O segundo passo, tão difícil quanto o primeiro, é fazer tentar caber dentro do saldo estipulado toda a cesta de bens consumida. Nesse ponto entram os consumos fixos mensais como luz, telefone, gasolina, supermercado, etc. e os supérfluos que às vezes nem são tão desnecessários assim como vestuário, academia, restaurantes, etc. As prestações assumidas também devem ser levadas em consideração e devem caber dentro do orçamento familiar.

Com a difusão da internet e da computação em nível de software pelo mundo, existem vários programas que auxiliam no controle dos gastos mensais. O mais conhecido deles é o
Microsoft Money, um excelente auxiliador de controles de gastos. Nele você pode lançar os gastos por categorias e saber para onde vai seu dinheiro. Existem alguns alertas que o programa lança no sentido de mostrar as despesas que estão fora do desvio padrão, como um aumento de 30% nos custos de restaurante por exemplo. O programa também calcula o fluxo de caixa e sugere as datas para melhor caírem futuras novas despesas. É acessível a qualquer um, mesmo aquele eu não possui nenhuma experiências em contabilidade, economia ou administração.

Dificuldades nesse percurso todos enfrentam, mas a única maneira de conseguir economizar é planejar, organizar e ser metódico no planilhamento das despesas. Se não conseguirmos saber para onde vai nosso dinheiro, não conseguiremos saber onde buscá-lo.

* Poupança no sentido de acumular capital, não no sentido de aplicação financeira.
** As modalidades mais encontradas nesse sentido por enquanto tem sido 8%a.a. nos três primeiros anos e 12% a.a. nos meses subseqüentes.

David Vieira Gonçalves¹


Ao som de 'Desafinado' - Tom Jobim
Degustando Arroz com Feijão e Ovo (cardápio econômico)
Imagem:'To whom it may concern' - Marcos Vasconcelos


David Vieira Gonçalves¹, grande amigo, é Mestre em Economia pela UFPE, e Diretor Comercial do Grupo Santista - Food Business.

Um comentário:

Luciano Camilo disse...

Eu não gosto de usar o Excel ou o Money ou qualquer outro aplicativo que precisa ser instalado. Prefiro utilizar um aplicativo on-line via web. Assim, posso atualizar meus gastos de onde estiver: em casa, no trabalho ou na casa da minha mae.
Atualmente uso o Meus Gastos .Ele é bastante completo, tem gráficos detalhados das suas despesas, evolução do seu saldo e comparativo entre os meses. E toda semana aparece com uma novidade.