Café Alexandrino - O lado aromático da vida

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Angélica

Poesia

Sempre te desejei nua.
Agora que não mais
Por te ter a meio palmo de mim,
A limpidez de tua alma cega-me
E perco, momentaneamente, os sentidos.

Ainda ousam profanar-te!
Não posso admitir tal ignomínia.
Recuso-me ser conivente
Com a dessacralização da arte divina
A despeito de não me tornar maior pecador.

Resta-me admirar tua silhueta
Por finito e pouco tempo
Da vida sã que ainda teima errante
Nas minhas entranhas mais remotas
Sem ousar, sequer, um toque.

Vista-se! Estou resoluto.
Proteja-se deste mundo maculado
Que não merece contemplar-te,
Arqueia tuas asas,
E vai.

Ismael Alexandrino


Ao som de 'Little Room' - Norah Jones
Degustando Quinta do Morgado Tinto Suave com Queijos Finos
Imagem:'Coração Espelhado' - A Brito

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei!
Seu Blog é bem aconchegante e cada vez melhor.
Abraço.

Anônimo disse...

Ahh!
Suas músicas são perfeitas pra a leitura. Não acredito q consigo ler e escutar simultâneamente.

hahahha