Café Alexandrino - O lado aromático da vida

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Tempo

Poesia

Como sempre, tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac ,

...um minutinho já passou.
E Alice continua correndo, desta vez atrás do coelho.
e a Floresta canta, tic tac tic tac tic tac tic tac...

E sem tempo ele chora
e de seus olhos caem as horas
e os ponteiros ferem sua pele.


E o coelho fere...

tic tac tic tac ...

o próprio tempo, com sua falta de tempo...tic tac,
e Alice pára, na ponta de uma pedra gigante,
que parecia representar o próprio tempo...

pára e olha todo o seu passado...
e vê espermas espalhados
por todo o vale,
em forma de curumins...

e mais uma vez ouve-se o chôro do abandono,
tic tac tic tac tic tac...


O curumim chora...

tic tac....tic tac...tic tac...tic tac...

Pedro Paulo Rodrigues1



Ao som de 'Metáfora' - Elisa Queiroga
Degustando Água de Coco
Imagem:'A Persistência da Memória' - Salvador Dali


1Pedro Paulo Rodrigues, amazonense, reside em Recife, é artista plástico e poeta.

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