Poesia

Solte o cabelo.
Solte-o para mim.
Balance-o para lá e para cá
Com aquele olhar penetrante.
Mas não fique aí, à meia-distância.
Tire-me dessa constância letárgica
Que me acomete,
Conseqüente tão somente
Deste mundo arredio
Que outorga sofrimento
A quem ousa amar demais.
Solte lentamente
As alças deste rodado,
Deste longo vestido preto.
Deixe-o roçar em teu corpo esguio
Até o limite do chão.
Dispa desta vida de desgraça
De lançar-se à sorte toda noite,
De se dar na madrugada ao próximo que passa.
Dispa por inteiro dessa carapaça negra
Que oblitera minha visão
E deixe que eu veja tua alma nua.
Amarra-me contigo num só laço
Que, como num abraço, se faz o todo,
Sem se desfazer de si mesmo.
Tatue-me em teu corpo
Para quando tu olhares no espelho
Veja-me tão somente;
Que tua saciedade seja consumida,
Mas se alimente de mim e de mais ninguém.
A partir de então, tua reconquistada candura,
Seja o selo de tua liberdade
E o fim de minha constante amargura.
Ismael Alexandrino

Degustando Cappuccinu de Chocolate com Avelã e Cidreira

Um comentário:
Que delícia de café!
com certeza terei minha parada constante por aqui!
beijos
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